Viciada em correspondência desde
jovem, eu, particularmente, não consigo entender como sinal de
civilização o fim das cartas manuscritas. A última carta que recebi foi em
setembro passado. Uma prima distante queria notícias. Peguei caneta e papel e
fiz questão de escrever palavras de cortesia e amizade. A carta saiu decente,
com prosa legível. Só minha letra é que
saiu esquisita em razão do desuso.
Nos Estados Unidos esse tipo de
escrita foi extinto. Na Europa não é diferente. Uma fração de seis em cada dez espanhóis
não lembra a última vez que recebeu uma carta ou um cartão postal. Com os novos
recursos de e-mail e a modernização dos serviços de telefonia ninguém mais quer
saber dos Correios batendo em sua porta.
Nesse nosso tempo de pressa e instantaneidade, quem tem nteresse em escrever ou ler textos em letra cursiva, não passa de "dinossauro", analfabeto digital ou coisa pior.
Nesse nosso tempo de pressa e instantaneidade, quem tem nteresse em escrever ou ler textos em letra cursiva, não passa de "dinossauro", analfabeto digital ou coisa pior.
Não me importo. A verdade é que tenho me lembrado com
nostalgia e saudade do prazer que é receber e responder uma carta. Sei que com
a idade e a indiferença geral que nos rodeia, talvez eu esteja a ficar piegas...Talvez,
mas não posso negar que tenho muita saudade da excitação de abrir o envelope,
desdobrar a folha e ler frases carinhosas.
Acontece que não há mais cartas a ler ou escrever e nada me faz esquecer da percepção desse fim.
Acontece que não há mais cartas a ler ou escrever e nada me faz esquecer da percepção desse fim.
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