Hoje, 28 de setembro, faz 106 anos que morreu
Machado de Assis, um dos maiores escritores de todos os tempos. Inquieto,
lúcido, irônico, Machado escrevia como
filósofo, mas tinha humor e estilo, principalmente quando empenhava-se em fazer uma digressão, definir com precisão
um gesto, ou um detalhe qualquer, como se escrever também pudesse ser
brincadeira leve e descontraída.
"Ninguém sabe o que sou quando rumino", costumava
dizer este gênio brasileiro que nasceu na pobreza, tinha pele mestiça e que
teve de batalhar cada milímetro dos avanços que conquistou na vida. Fundador da Academia Brasileira de Letras,
deixou uma obra literária monumental.
Quem não se pergunta de vez em quando se Capitu
(Dom Casmurro) foi mesmo uma adúltera? E quem não se lembra do anárquico Brás
Cubas e da dedicatória de suas memórias, em louvor "ao verme que primeiro
roeu as frias carnes de meu cadáver"?
É famosa a passagem do livro Esaú e Jacó em que o
dono da Confeitaria do Império tem o azar de mandar pintar uma nova tabuleta
para seu estabelecimento justamente às vésperas da proclamação da República. E
agora, que fazer? Trocar o nome para Confeitaria da República? Mas... e se
sobreviesse nova reviravolta política? Uma idéia foi adotar o nome
"Confeitaria do Governo". Mas, nesse caso, as oposições não poderiam
vir a apedrejá-la? O jeito foi rebatizar a casa com o nome do proprietário.
Virou a "Confeitaria do Custódio". É isso, Machado é uma maravilha...
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