domingo, 26 de maio de 2013

Eça de Queirós: ontem, hoje e sempre...

Eça de Queirós (1845 - 1900) foi dos mais importantes escritores da língua de Camões e os seus romances são dos mais reconhecidos e encontram-se traduzidos em 18 línguas, como Os Maias, O Crime do Padre Amaro, A Ilustre Casa de Ramires, A Capital, O Primo Basílio, O Mandarim, etc. Após a conclusão do curso, em Coimbra, foi para Lisboa onde se destacou como advogado e jornalista. Em 1871, estando profissionalmente em Leiria, juntamente com Ramalho Ortigão inicia "As Farpas", crónicas publicadas em fascículos mensais. Em "As Farpas" nenhum sector da vida portuguesa escapou ao seu olhar clínico sobre a sociedade. "As Farpas" são um excelente tratado de sociologia em Portugal. Quem lê "As Farpas" fica com a ideia que são crónicas do nosso quotidiano e parecem que foram escritas na semana passada. Em "As Farpas" há uma crónica de 1872 (já lá vão 141 anos) que está actual. Leiam e façam as ligações com os dias de hoje e com a história deste país.

" [ ...] Nós estamos num estado comparável sómente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de caracteres, mesma decadência de espírito.

Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva,poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal [...]"

Eça é um dos grandes de Portugal: ontem, hoje, sempre. Abaixo, mais algumas frases do escritor português:

"Não tenha medo de pensar diferente dos outros, tenha medo de pensar igual e descobrir que todos estão errados!".

"A liberdade vem da conquista, e requer o entusiasmo do saber que está no caminho certo, isso é recompensador."

"O orgulho é uma cerca de arame farpado que machuca quem está de ambos os lados."

"Falta ao ser humano semear a igualdade, perceber as diferenças, mas harmonizar a equação da vida com a dignidade."




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